segunda-feira, 31 de outubro de 2016

LUIZ HERMÍNIO RESPONDE A PERGUNTAS, DÁ UMA OLHADINHA.

 Temos ouvido você falar em suas pregações sobre uma banalização do meio cristão, no sentido de cantores e pastores que vão participar de eventos e cobram cachês altos. Porque você acredita que essa realidade ainda se mantém? 

Luiz Hermínio: Isso é falta de fé. Às vezes, a igreja local dá 30 mil reais para alguém cantar. O irmão que vem cantar na igreja também precisa de recursos para se manter. Porque atrás daquele irmão que está cantando tem uma esposa, filhos que abriram mão dele. Mas a igreja também é muito avarenta, porque ela investe em prédios e não em pessoas. Às vezes a igreja compra um prédio de 20 milhões de reais e um pastor que está ali dentro está passando necessidade, porque ela não entendeu qual é o destino do recurso. O recurso é para que haja mantimentos e não manutenção. A Bíblia diz: "Trazei todo dízimo para que haja mantimento". Quando ela de mantimentos, fala de pessoas.  
Então é criado um ciclo: "Eu fiquei famoso, Deus me deu uma canção, uma unção, eu tenho que cobrar por isso, porque as pessoas não estão respeitando o que eu carrego". Existe a falta de respeito da igreja local e da pessoa que vai. Às vezes a igreja investe 20 mil reais em um cara para pregar e cantar à noite, mas tem diáconos no seu púlpito passando necessidade, porque não há um consenso coletivo dos recursos. Quem administra é uma minoria, que decide construir prédios. Nós nunca tivemos um evangelho tão crescente na nossa nação e esse crescimento só denuncia a nossa incapacidade de reconhecer o que Deus é. O crescimento denuncia a nossa fraqueza. Nós crescemos e nos tornamos igrejas cheias de gente vazia. Nós procuramos uma igreja grande e Deus procura uma grande igreja.  

A Bíblia é o guia de fé e prática do verdadeiro cristão. Mas há muitos de dentro das igrejas que procuram outras fontes, como auto-ajuda, revelações vazias... Você acredita que isso acontece por falha de quem: pastores ou ovelhas? 

Luiz Hermínio: Nós vivemos hoje em um mundo muito corporativo. A Igreja virou uma empresa. A Bíblia diz que que nós temos que alcançar o favor diante de Deus e dos homens. Nós temos que dar uma resposta para o Céu e para a Terra. Eu tenho que pagar os meus impostos. Com essa corporatividade, a Igreja se transformou em uma organização e não em um organismo. Se somos um organismo nos movemos como pessoas. Mas a Igreja se tornou uma organização. Por exemplo, hoje nós temos 74 pessoas em tempo integral nas igrejas, cerca de 36 funcionários com carteira assinada, com décimo terceiro salário, que às vezes recebem seus salários antes dos vocacionados, que são os pastores, obreiros e ganham por sua vocação, não pelo seu serviço. A Igreja precisa cuidar desses irmãos. Tudo é necessário, cada coisa no seu lugar. O movimento "Coaching" que a gente está inserindo na Igreja é muito importante para os empresários cristãos, mas para o púlpito, tem que ser a Palavra de Deus. Pregue a Palavra! Isto insta em tempo e fora de tempo. O que é pregar fora de tempo? É pregar quando ninguém quer ouvir.  

 Em uma de suas mensagens, você também falou sobre a diferença entre estratégia e revelação. Qual seria a importância de cada uma delas? Elas se complementariam em algum momento? 
Luiz Hermínio: A revelação gera uma estratégia, mas a estratégia não gera uma revelação. A palavra revelação nos traz: revelar + ação. Quando Deus te dá uma revelação, ele está revelando o que Ele vai fazer para você não ficar de fora. Se você recebe uma estratégia de alguém, esta estratégia foi revelada àquela pessoa. De repente ela não é para todo corpo, às vezes ela só para uma cidade. Nós temos o ministério MEVAM, atualmente em 22 nações. Cada nação se move de uma forma. Tem nações que eu chego lá e não abro uma igreja, abro um projeto social, porque a necessidade é dar comida para as crianças, não é juntar o povo dentro de uma igreja. Aí me dizem: "Ah! Mas tem que levar esse povo pro céu". Mas peraí, vamos curar os enfermos que há nela. Jesus disse: "Quando chegar em um lugar, primeiro cure os enfermos que há nele". Às vezes as enfermidades não são só físicas, são emocionais, há pessoas passando necessidade. Eu chego a um local e digo: "Deus vai te dar vitória", mas o cara está passando fome, crianças de sua cidade já morreram de fome. Pessoas de sua família morreram de fome e eu vou chegar para dizer "Jesus te ama". Eu tenho que levar alguma coisa para eles.  
 
Então eu acho que revelação e estratégia funcionam juntas. Mas o problema é que às vezes tem uma revelação e quer enfiar isso goela abaixo para o Corpo de Cristo. "Deus falou para mim!", mas às vezes aquele não é o contexto daquilo para aquele lugar. A Arca de Noé foi uma revelação dada por Deus, mas quando as águas baixaram a Arca não foi mais necessária. Tinha que mudar, porque métodos são relativos ao tempo, revelação não. As revelações são para nós e para nossos filhos para sempre, Deuteronômio 29:29 diz. A revelação não muda. Deus não muda a revelação, Ele muda o modo. Há um tempo e um modo para todas as coisas (Eclesiastes 8:6-7). Há um tempo e um modo. Se eu não entender o tempo, como vou entender o modo? Eu acabo rejeitando o modo. Aqueles homens no caminho de Emaús, em Lucas 24... Eles estavam indo para Emaús, porque eles achavam que Jesus ia transformar, mas não entenderam o tempo e rejeitaram o modo. Jesus teve que entrar no meio deles e dizer: "Incrédulos! Vocês não entendem que era necessário que o Cristo padecesse e fosse crucificado". Então eles reagem: "Ah! É Ele!" e ali Jesus se revela e eles voltam para Jerusalém, ou seja, eles voltam para o tempo exato.  
 
Se você não entender o tempo, você rejeita o modo. Então começam a acontecer coisas ao seu redor e você diz: "O Diabo se levantou", mas não é o Diabo. É Deus te dizendo: "Fica tranquilo! Eu estou fazendo isso agora. Mas como você entende o meu tempo, não vai rejeitar o meu modo".



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